Bispos participam do 33º curso de formação no Rio

Nesta sexta-feira (26), bispos de diversas regiões do Brasil participaram da Santa Missa, presidida pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, marcando o encerramento do 33º Curso voltado para o episcopado nacional. O Cardeal, em sua homilia, ressaltou a importância do estudo sobre a antropologia integral, enfatizando que evangelizar requer compreensão da realidade circundante para iluminar as pessoas com a mensagem divina.

“A grande preocupação que nós tivemos durante esses dias, de estudar sobre a antropologia integral, é que esse trabalho de evangelizar supõe esse conhecimento da realidade onde nós pisamos, onde nós estamos, para ver realmente quais são as questões e iluminar as pessoas com a palavra do Senhor para que encontrem em Jesus Cristo a vida.”

O encerramento do curso contemplou duas conferências. Na primeira, o presidente da Pontifícia Academia de Teologia, D. Ignazio Sanna, abordou a identidade aberta, destacando a emergência da questão antropológica na formação da identidade humana. Ele ressaltou fenômenos contemporâneos, como a globalização, a revolução biotecnológica e a inteligência artificial, que influenciam a formação da identidade.

“O cristão não pode deixar de se perguntar até que ponto a pesquisa científica que leva a uma nova cultura está autorizada a violar os limites da natureza humana, ignorando o princípio fundamental de que, se tudo é permitido para o uso da ciência pelo homem, nem tudo é permitido para o uso do homem pela ciência.”

Na segunda conferência, o Pe. Antônio Spadaro discutiu os desafios da comunicação para a antropologia, questionando se multiplicar as conexões é suficiente para aprofundar o entendimento mútuo. O padre referenciou as palavras do Papa Francisco, indicando que a comunicação global, apesar da multiplicação das conexões, não é capaz de superar as divisões, destacando o paradoxo de um mundo dividido apesar da conectividade.

“O desenvolvimento tecnológico, se bem entendido, consegue expressar uma forma de desejo de ‘transcendência’ com relação à condição humana como ela é vivenciada atualmente. E isso também deve ser dito sobre o ‘ciberespaço’, sobre a Internet. A rapidez de suas conexões representa muito bem o desejo do homem por uma plenitude de relacionamentos, de conhecimento, de comunhão que sempre o ultrapassa. Em resumo: a tecnologia tem uma vocação espiritual.”

Após diálogo com os palestrantes, D. Orani Tempesta agradeceu a participação dos quase 100 bispos presentes, incentivando a transformação das reflexões do curso em iniciativas pastorais nas dioceses. Ele também anunciou o início do processo de escolha do tema para o próximo ano, com possíveis temas incluindo a análise de dados religiosos do último censo, os 1700 anos do Concílio de Niceia e o Jubileu ordinário. O próximo encontro está previsto para ocorrer de 27 a 31 de janeiro de 2025.

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